Caros Amigos,
Durante o período de 06 a 12/Março estive em SP (no dia 06Mar2010 pra assistir a Palestra do Mestre Jerry Fisk) e de 08 a 12 fiquei em Sorocaba realizando um Estágio com o Mestre Ricardo Vilar. Foram cinco dias de trabalho intenso começando por volta das 08:00 e indo geralmente até as 21:00. Meu objetivo era consolidar o pouco que sei e adquirir mais e melhores conhecimentos sobre a Arte da Cutelaria. O volume de trabalho e as informações recebidas superaram até as minhas mais otimistas suposições.
Embora, até então, eu só tivesse tido dois contatos pessoais com o Ricado Vilar (na Feira de SP em 2008 e 2009) este se mostrou extremamente recepetivo e atencioso, respondendo e demonstrando pacientemente, todas as perguntas feitas por mim, deixando-me totalmente à vontade.
Como eu acredito que se aprende mais no erro que no acerto pedi pra forjar duas lâminas visando ter corrigidas minhas falhas de forjamento, postura e coisas do gênero. As orientações recebidas foram muito proveitosas!
No primeiro dia, sob orientação, foram forjadas duas lâminas de facas Bowie. Sendo a 1a de 52100 e a 2a de 5160. Após o forjamento, com liberdade de ação, resolvi dar adiante na bowie de 52100 me propondo, ao final da semana, tê-la pronta. O que consegui felizmente e graças às dicas preciosas do Professor Ricardo Vilar.
Ao mesmo tempo (quase) em que minha bowie era feita pude observar e participar da confecção de uma grande bowie de 12" de aço damasco padrão leader c/dente de lobo. Vendo a prática enquanto me eram explicados todos os conceitos e pormenores relativos à construção, montagem, caldeamento e modelagem do aço damasco. Em seguida, pude observar toda a construção dessa linda bowie até o seu final.
Então, aqui vão algumas fotos da minha Bowie Vilariana e da Bowie em Aço Damasco, além de outras fotos.
A minha bowie é uma faca de 10,5", forjada de 52100, com têmpera seletiva, distal taper,
guarda dupla e pino de inox, cabo de rádica de imbúia e passador de latão. O desenho do cabo foi obtido das peças do Cuteleiro Jerry Fisk. Este desenho, além de bonito, resultou num cabo extremamente ergonômico. A bainha foi feita com couro de búfalo e inlay de couro de bode e canela de avestruz. Ficou robusta mas não poderia deixar de ser assim pois a faca é bem espessa c/ 8mm no ricaço
A faca feita pelo Ricardo Vilar foi uma bowie de 12" c/damasco leader dente de lobo inclinado c/ 300 camadas de 5160 e 15n20, com cabo de chifre de cervo, guarda, ferrule e pomo do mesmo damasco... Um espetáculo de faca. Pena é não ter fotos mais detalhadas dessa peça.
Num dado momento quando o calor e o trabalho estavam pesando no corpo o Vilar me disse que iríamos dar uma olhada nos TIGRES e outros bichos que eram mantidos numa instalação próxima...
Como caçador, atirador, pescador e cuteleiro (que é uma junção dos outros três) é bicho meio dadano pra mangar dos outros eu fiquei meio cabrero... Mas não é que tinha bicho mesmo!!!
A Oficina do Vilar fica dentro de um setor de metalurgia de uma instalação industrial cujo dono tem diversos interesses... Dentre estes a criação de animais exóticos com autorização do IBAMA. Vejam as fotos:
É isso meus amigos. Obrigado por olharem. Recomendo, principalmente a quem for da região de São Paulo que visitem o Ricardo Vilar em sua oficina em Sorocaba. Serão extremamente bem-vindos, tenho certeza, e será um ótimpo passeio.
Um abraço a todos.
segunda-feira, 15 de março de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
A cada novo trabalho que sai da forja desse pernambucano, fico mais contente. Seu constante interesse por novas técnicas, por aperfeiçoamento com os verdadeiros mestres brasileiros da arte, por misturar o clássico nordestino, como o couro de bode, com os mais raros (porém não mais nobres) couro de canela de avestruz e búfalo. Aperfeiçoamento este buscado até com mestres da área de instrumentos musicais, atrás da técnica correta de inserção de materiais selecionados nas empunhaduras. E tudo isso conquistado com sua simplicidade e simpatia.
ResponderExcluirEu fui agraciado com um desafio, há um ano e pouco atrás, quando encomendava uma faca pra presentear meu irmão, também admirador de "traia de primeira": levar uma de suas facas, um de seus primeiros damascos, pra ser testada em condições de campo, no serviço pro qual ela foi projetada. E assim foi feito com a skinner Pongola, que me foi presenteada. No teste ela passou com louvor e até agora está na labuta tendo passado por mais alguns testes sendo um deles "brabo" esse ano. Seu cabo já não está com o mesmo acabamento (pois não compro nada que não for usar). Manchas de sangue se incrustaram na madeira. E ela ainda não conheceu uma pedra.
Fico muito satisfeito por ter conhecido esse futuro grande mestre, que hoje tenho a honra de chamar de AMIGO!
Continue na luta irmão!
Suaio
Talvez tenha ficado mal explicado, mas o que eu disse a respeito do cabo que já não tem o mesmo acabamento, e já tem marcas de sangue, quis dizer que essa tem sim, certificado de aptidão. Já ralou e vai continuar no "trampo", sem alíviar nem um pouco. Só continuo curioso pra saber quando ela vai precisar de uma afiação na pedra?!?!?!
ResponderExcluirSuaio